Preocupada
com a violência, as drogas, a prostituição e a falta de trabalho, problemas
comuns no bairro Abdon Braide, onde fica a Escola Municipal de Ensino
fundamental Abdon Braide, em Santa Luzia (MA), a diretora Francisca Feitosa
aderiu este ano à escola-comunidade, ação do MEC que substitui o programa
Escola Aberta. A escola vai abrir aos sábados para receber pais e estudantes
para oficinas de hip hop, informática, artesanato e handebol.
Francisca
Feitosa, que é pedagoga, diz que a escola tem que atrair crianças, jovens e os
pais para atividades de lazer, esportes e aprendizado e evitar, o quanto for
possível, a violência. A diretora ainda não recebeu os recursos, mas já criou o
comitê gestor da escola-comunidade e escolheu os monitores que vão atender
estudantes e pais aos sábados. “Estou ansiosa para abrir a escola e receber as
famílias”, ela explica.
Estudam
na Abdon Braide 1.119 alunos, sendo 200 na educação integral, a maioria deles beneficiários
do programa Bolsa-Família. De acordo com a diretora, a população do bairro
Abdon Braide e das áreas no entorno da escola não tem opções de trabalho. As
fontes de renda do município são o serviço público, o salário dos aposentados e
o Bolsa-Família. “Tem família que tem como única renda para sustentar a casa o
pagamento do Bolsa-Família”, diz.
Segundo
Francisca, a falta de trabalho começou a se agravar com o esgotamento das
reservas de babaçu, que foi uma riqueza do município até cerca de dez anos.
Hoje, ela diz, as mulheres dos bairros vizinhos da escola fazem serviços de
faxina e os homens com pouca qualificação profissional são serventes de
pedreiro, atividades que dão pouco retorno financeiro.
O
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) da Escola Abdon Braide
alcançou, em 2011, 4,5 pontos no quarto e quinto anos do ensino fundamental; e
3,5 pontos no oitavo e nono anos. A escala do Ideb vai até seis pontos.
Santa
Luzia situa-se no oeste maranhense, distante 294 quilômetros de São Luís. Tem
69,3 mil habitantes, segundo o censo demográfico de 2010.
Maracanaú – Com 247
estudantes matriculados no ensino fundamental, dos quais 120 no turno integral,
todos atendidos pelo Bolsa-Família, a escola Municipal José Mário Barbosa, em
Maracanaú (CE), abre aos sábados para receber a comunidade. Neste mês de julho,
a escola que fica no bairro Olho d’Água, na área rural do município, está em
férias, mas abre todos os sábados das 8h às 11h e das 14h às 17h.
A
vice-diretora Maria das Graças Ribeiro Carneiro explica que os estudantes
preferem praticar esportes aos sábados, especialmente kung-fu e futebol, e as
mães escolheram oficinas de tapeçaria, manicure e pintura em tecidos. “As mães
querem aprender algo novo e transformar isso em fonte de renda”, diz Maria das
Graças. Como a escola abre aos sábados, a presença de pais é rara, porque a
maioria trabalha em Pajuçara, onde fica o polo têxtil da região.
Na
avaliação da vice-diretora, a presença dos alunos na escola melhorou muito
desde que as mães começaram a receber o Bolsa-Família. “Como a presença
obrigatória é alta e ninguém quer perder a bolsa, as crianças vão à escola
todos os dias”, informa. O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb)
da Escola também melhorou: em 2011 foi de 5,1 pontos no quarto e quinto anos do
ensino fundamental; e de 4,0 pontos no oitavo e nono anos.
O
município de Maracanaú pertence à região metropolitana de Fortaleza, no Ceará.
Segundo o censo demográfico de 2010, tem 209 mil habitantes.
Escola-comunidade – Ao fazer a
adesão ao programa Mais Educação, escolas públicas podem solicitar recursos
extras ao MEC para abrir as unidades aos sábados ou domingos para receber pais
e alunos. Dados da diretoria de currículos e educação integral da Secretaria de
Educação Básica (SEB) mostram que, até o final de junho de 2013, 8.795 escolas
optaram pela escola-comunidade. Além de aderir, a escola precisa informar as
oficinas que vai oferecer e o número de estudantes matriculados, porque é a
matrícula que determina o valor do repasse: unidades com até 850 alunos recebem
R$ 10,8 mil; de 851 a 1.700 alunos, R$ 12,1 mil; e acima de 1.701, R$ 13,4 mil.
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