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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Mães solteiras são maioria em São Luís, aponta Censo 2010

 Anderson Corrêa / O Estado
SÃO LUÍS – Mães solteiras são maioria em São Luís, segundo o último relatório do Censo 2010 divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na capital, 46,58% de um total de 263.715 mulheres, a partir de 10 anos que se declararam mães, cuidam sozinhas dos filhos. Mães casadas (37,89%), viúvas (8,82%), divorciadas (4,4%) e separadas (2,29%) seguem na lista. O resultado segue tendência nacional. Em todo país já são mais de 16,2 milhões de mães solteiras.
Para estudiosos, a falta de responsabilidade dos homens em não querer assumir a paternidade é o grande problema. “Existem vários motivos para isso. Muitos se negam a registrar os filhos para não pagar pensão, outros, por ter tido uma relação extraconjugal, não assumem a paternidade como forma de evitar problemas com a família”, citou o cientista social Eduardo Lage.
O resultado da pesquisa também demonstrou que taxa de fecundidade aumenta proporcionalmente ao grau de instrução das mulheres. Quanto maior o grau de escolaridade, menos é o número de filhos. De todas as mães que vivem na capital maranhense a maioria tem ensino médio completo (38,74%), seguida pelas mães sem nenhuma instrução ou com formação fundamental incompleta (31,98%), ensino fundamental completo ou médio incompleto (18,03%) e superior completo (10,77%).
A pedagoga Luciana Corrêa teve seu primeiro filho com 24 anos. Na época tinha entrado na faculdade e teve que adiar por um tempo o sonho de se ver formada para se dedicar ao filho. Quando ele ficou mais independente, retornou aos estudos e somente após concluído o curso superior é que pensou em ter seu segundo filho. “Ter filhos antes disso não estava no meu plano, porque queria me estabilizar profissionalmente para que pudesse dar o melhor a eles. Mas em nenhum momento eles foram algum impedimento para que eu realizasse meus projetos”, comentou.
Em São Luís, a maioria das mães com ensino superior completo tem em média dois filhos, chegando a 92,47% do total. Em contrapartida, 43,7% das que informaram não ter nenhuma instrução ou ensino fundamental incompleto têm entre quatro ou mais filhos.
Já entre as que têm ensino fundamental completo e médio incompleto 79% são mães de um, dois ou três filhos, enquanto as que cursaram todo o ensino médio e têm superior incompleto chegam a 88,42%, com média de 2 filhos cada. “Quanto menor o nível de instrução, menos é a quantidade de informações sobre os métodos anticonceptivos. Em decorrência, mais chances de engravidar”, declarou a enfermeira Josilene Azevedo.
Os dados revelam uma tendência nacional de diminuição da taxa de fecundidade. O número médio de filhos tidos nascidos vivos por mulher ao final de seu período fértil, no Brasil, foi de 1,86 filho em 2010, bem inferior ao do Censo 2000, quando se tinha em média 2,38 filhos. O declínio dos níveis de fecundidade ocorreu em todas as grandes regiões brasileiras.
Segundo o Censo 2010, a tendência observada até o ano 2000 era de um rejuvenescimento do padrão da fecundidade, indicado pelo aumento da concentração nas idades mais jovens dentro do período fértil, entre 15 e 24 anos de idade. Na última década foi observada uma reversão desta tendência, já que os grupos de mulheres mais jovens, de 15 a 19 anos e de 20 a 24 anos de idade, que concentravam 18,8% e 29,3%, respectivamente, da fecundidade total, passaram a concentrar 17,7% e 27,0% em 2010.
Este é o caso de Adriana Santiago Cardoso, moradora do bairro São Francisco. Com 19 anos, ela já é mãe de duas meninas, uma com dois anos e outra com 10 meses. Para sustentar as duas, ela depende do dinheiro que seu companheiro traz diariamente do trabalho nas ruas guardando carro. “Minha primeira filha tive aos 17 anos. Fui mãe solteira, porque o pai não quis saber. Agora estou com esse outro homem, com quem tive outra filha. Ele nos sustenta”, afirmou.
O grupo de mulheres de 20 a 24 anos de idade ainda representa mais de um quatro da fecundidade, mas nos grupos de mulheres acima de 30 anos de idade há um maior aumento dessa participação relativa. Outro indicador que expressa esse comportamento é o aumento da idade média da fecundidade, que passou de 26,3 anos, em 2000, para 26,8 em 2010.

Mais
Quando se refere à situação domiciliar em São Luís, o percentual de mães com mais de quatro filhos também é maior entre o conjunto de participantes que se declararam morar na zona rural da cidade. Das mulheres que vivem ali, 68,6% declaram ter 77,32% estão no grupo de mães com um, dois ou três filhos, e o somente 22,67% informaram ter quatro filhos ou mais.

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