Já é tradição: quando as campanhas
eleitorais começam, uma romaria de candidatos se forma em direção às igrejas
evangélicas. Em busca de votos, muitos posam de amigos da comunidade, mas logo
que o pleito se encerra, desaparecem.
Incomodado com isso, o pastor Juliano
Souto, 35 anos, resolveu por sua sinceridade à mostra e mandou confeccionar uma
faixa com um aviso aos candidatos, dizendo que não são bem-vindos no templo até
acabarem as eleições.
“Senhores candidatos a vereadores e a
prefeito, estamos há três anos nesta comunidade e nunca tivemos o privilégio de
suas visitas. Queremos continuar assim até outubro deste ano. Após este
período, serão bem-vindos!”, diz a mensagem, colocada na fachada do templo da
Igreja Batista Nacional Avivar, em Novo Hamburgo (RS).
De acordo com informações do G1, a
iniciativa preventiva foi tomada pelo pastor com a intenção de deixar claro que
não serão toleradas visitas com o intuito de pedir votos, afinal, a igreja não
é palanque: “Nunca recebemos nenhuma visita do prefeito ou dos vereadores. Mas
a gente sabe que agora, perto das eleições, eles costumam aparecer. Não é que
eles estejam proibidos de visitar o templo. Só não vamos permitir campanha
política na nossa igreja. Não queremos misturar religião com política”, afirmou
Souto.
A denominação está instalada no atual
templo há três anos, e tem duas congregações em cidades vizinhas, como Portão e
Campo Bom. Nesse período, nenhum político foi ao local visitar e conhecer.
A ideia do pastor é fazer os
eleitores – e também os candidatos – refletirem um pouco sobre a cultura
política no país: “Com isso, quem sabe a gente conscientiza um pouco os
políticos? Depois disso, nossas portas estarão abertas para todos eles”.
Por fim, Souto disse que recebeu
críticas pela iniciativa, mas os elogios foram maioria: “Comecei a trabalhar
com política, então, por experiência própria, sei como as coisas acontecem em
alguns casos em época de campanha eleitoral. Infelizmente, todas as áreas estão
corrompidas. Tem pastor bom e pastor ruim, assim como tem médico bom e médico
ruim, político bom e político ruim. A intenção é proteger a nossa comunidade.
Até o final da campanha, a faixa vai ficar lá”, definiu.
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