SÃO LUÍS – A Vigilância Sanitária
encaminha, nesta semana, ao Ministério Público o relatório das vistorias
nos hospitais municipais Djalma Marques (Socorrão I) e Clementino Moura
(Socorrão II), feitas na semana passada. Mesmo com diversos problemas,
de acordo com a Vigilância Sanitária, os dois principais hospitais
urgência e emergência não serão interditados. A alegação é de que não há
para onde levar os pacientes.
Falta
de material hospitalar, de medicamentos como psicotrópicos e
antibióticos, falta de alimento adequado para os pacientes, alimentos
sendo acondicionados de forma irregular, mofo na sala de conservação dos
alimentos foram alguns dos problemas identificados. Além disso, também,
foram identificadas péssimas condições de trabalho na cozinha do
hospital, funcionários trabalhando de chinelo, infiltração nas pias e
falta de refeição adequada para funcionários e pacientes.
Agora,
a situação da saúde pública chega ao Ministério Público Estadual (MPE).
Segundo o MPE, já existem vários inquéritos civis instaurados para
apurar as condições sanitárias e administrativas dos hospitais da rede
municipal de São Luís. Algumas ações tramitam na Justiça. De acordo com o
promotor de Saúde, Herbert Figueiredo, o grande problema é a alta
demanda dos dois hospitais. "A situação dos Socorrões I e II já é objeto
de investigação há muito tempo, desde 2003, para se ter uma ideia. O
que ocorre, hoje, nesses locais de emergência, é que eles não têm
estrutura para atender à demanda que eles atendem atualmente,
principalmente, considerando 60% da demanda que ocorre do interior do
Estado, agravado pela situação de que os hospitais não recebem uma
manutenção preventiva periódica. Isso compromete, ainda mais, o
atendimento", disse em entrevista ao Imirante nesta segunda-feira (12).
Herbert
Figueiredo explica que a promotoria vai acionar o prefeito eleito para a
próxima gestão, Edivaldo Holanda Jr., para avaliar a interdição de um
dos hospitais ou adoção de medidas para solucionar o problema. "Nós não
temos, em verdade, um hospital, hoje, estruturado para realizar os
serviços de urgência e emergência na capital. O que nós temos são
estruturas acanhadas, construídas há mais de 20 anos, quando São Luís
tinha 400 mil habitantes. A cidade está crescendo e você não tem um
planejamento de saúde pública para a capital", afirma. "A questão de que
os hospitais não podem ser interditados eu vejo com um pouco de
reserva, porque a gente já procedeu com essa medida uma vez. Não foi
judicial, mas administrativa", completa o promotor.
Os dois hospitais, também, foram alvo de fiscalização da Comissão Nacional de Defesa dos Direitos Humanos.
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