No mês de março, as mulheres ganham
homenagens, recebem flores, as lojas se pintam de cores teoricamente
femininas e incentivam o consumo através de promoção e sorteios. Mas a
verdade é que o dia 8 de março nada tem a ver com comércio ou presentes.
A data refere-se mesmo a um dia de luta das
mulheres, que ainda sofrem com a desigualdade de gênero e todas as
consequências dessa realidade. O 8 de março foi aprovado na Conferência
de Mulheres Socialistas, na Suíça, em 1910.
Alguns acreditam que foi uma
homenagem a 129 operárias mortas em um incêndio provocado pelo patrão,
em 1857, nos EUA. Contudo, pesquisas recentes buscam demonstrar que as
origens da data estão relacionadas ao contexto do início do século XX e
da 1ª Guerra Mundial, nos quais se destacaram as lutas das operárias por
salários dignos, redução da jornada e melhores condições de trabalho, e
pelo direito das mulheres ao voto e à igualdade.
Desde então, elas tiveram muitos avanços, como o
direito ao divórcio, ao voto, ao casamento civil, entre outros. Mas
ainda há muito que se conquistar. As mulheres ainda recebem 30% a menos
do que um homem para fazer os mesmos serviços e são as que têm menos direitos sociais.
Diante
disso, diversas entidades do movimento sindical, estudantil e popular,
além de partidos de esquerda, resgatam nessa data, o Dia Internacional
de Luta da Mulher. A programação começou ontem com um debate no
auditório do IFPI, onde foi debatido o tema “Mulheres Trabalhadoras,
Crise Econômica Mundial e a Criminalização das Lutas”.
Segundo a integrante do coletivo de
mulheres da Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social,
Dalila Cristina Silva, é difícil inserir a luta da mulher na sociedade machista e opressora atual.
“Tem muita gente que diz que as mulheres já
conquistaram seu espaço e que não temos mais por que lutar, mas ainda
hoje somos relegadas a cozinha, ganhamos menos que os homens e temos que
enfrentar um jornada tripla de trabalho”, afirma Dalila.
Hoje, as atividades continuam a partir das 8 horas, com
concentração na Praça do Fripisa. As mulheres trabalhadoras e estudantes
organizam um ato público com o intuito de mostrar à população que lugar
de mulher é nas ruas, na luta pelos seus direitos.
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