José de Alencar Miranda cumpria prisão
domiciliar desde 2014; agora ele foi detido por envolvimento em esquema de
desvio de dinheiro público
Considerado um dos chefes da agiotagem no maranhão
e um dos mandantes do assassinato de Décio Sá, Jose de Alencar Miranda de
Carvalho, de 74 anos, foi preso na manha da segunda feira (5). Pelo crime
contra o jornalista, ocorrido em abril de 2012, ele que cumpria prisão domiciliar
desde 2014 e agora volta para o complexo penitenciário de pedrinhas após ação da
superintendência estadual de prevenção e combate a corrupção (Secoor).
De acordo com a investigação, Jose Alencar Miranda
estaria envolvido em esquema de desvio de dinheiro publico no interior do maranhão.
Ele e o filho, Glauco Alencar, preso pelo assassinato de Décio Sá, operava
empresas de fachada para fraudar licitações.
A quadrilha, que atuava no desvio de verbas de merenda
escolar e em crime de agiotagem, começou a ter prejuízo a partir da publicação
de reportagens no Blog do Décio Sá. O
município de Zé Doca, localizado a 302 km da capital maranhense, São Luís, e
com 50,1 mil habitantes, segundo o "Censo 2010" do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tem grande carência em várias
áreas. A área da educação era, justamente, um dos focos de uma das maiores
quadrilha de agiotas do país que agia no Nordeste. Eles pegavam dinheiro
público como pagamento da dívida que o prefeito tinha com o grupo.
O ex-prefeito de Zé Doca, Raimundo Nonato Sampaio, conhecido
como "Natim", por exemplo, não tinha mais tanto dinheiro para fazer
campanha como em 2008, quando pegou um empréstimo de R$ 100 mil com o grupo de
agiotas, comandado por Gláucio Alencar. O próprio prefeito, em depoimento à
polícia, admitiu que fez o empréstimo.
Ele conta que, em troca, Gláucio
ganharia uma licitação para fornecer a merenda escolar. Sem saber que estava
sendo gravado, ele acabou contando, para a equipe da TV Mirante, detalhes
do acordo com o grupo de agiotas. "Ele me arrumou um dinheiro. Ele me
arrumou R$ 50 mil para ser um dos fornecedores de merenda. E ele me arrumou R$
50 mil para ‘mim’ pagar depois ‘pra’ ele", disse o ex-prefeito.
"Desses R$ 100 mil, eu cheguei a pagar mais de R$ 300 mil e eles fornecendo
dois anos de merenda ‘pros’ meninos", de péssima qualidade completa.
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